23.11.06

Como se fosse

José andou como se fosse homem
E também parou como se apenas fosse
E coloriu o nada com seu fervor vermelho
E digeriu a vida em seu papel pequeno

José olhou como se fosse cego
E não mais tocou como se apenas fosse
E se deixou levar como se fosse ébrio
E se condoeu como se sóbrio fosse

José partiu como só parte o vento
E acenou como se tempo fosse
Depois voltou como quem nunca veio
Depois ficou como se não mais fosse

José que andou como se fosse homem
José que olhou como se fosse cego
José que partiu como só parte o vento
Olhou-se inteiro como quem não mais era
Jogou-se longe para que não mais fosse

José que tanto fez como se apenas fosse
José nunca foi, José foi-se.

1 Comments:

Blogger Guilherme said...

Vida!

Engraçado não ter visto esse poema aqui na outra vez que passei por seu blog!

Mas, valeu a pena, assim, desejo-lhe um 2007 maravilhoso e lhe teço mais um RASGADO elogio, menina!

Você escreve bem demaisssssssssss....

Beijos,

saudade,

Gui
(seu amigo artista - aliás, ADORO qd vc me diz isso!!!!!)

Obs.: atualizei meu blog (qd tiver um tempinho, dá uma olhadinha no poema "Visita"...)

8:16 PM  

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